segunda-feira, 5 de maio de 2008

PAIXÕES (QUASE) SEM LIMITES



Sem rodeios, admito : o ter nascido e crescido no campo, foi muito provavelmente o melhor de toda a escola da vida que ajudou a forjar o eu que, nem por passes de mágica à Copperfiel, poderá alguma vez esfumar-se.

Meus anos ilimitadamente felizes no barro e na lama do Tomessa, ganharam o estatuto de um tempo bom que com muita pena não volta mais e que, se possível, mereceria o investimento de todo o ouro arrecadado ao longo de décadas de labuta incessante. Não há nada, de facto, com peso e mística capaz de superar as imagens das andanças despreocupadas pelo matagal sem caminho certo, de fisga ao peito, levadopelo chilreio dos pássaros e conquistado pelo sopro andante dos ventos de todas as cores...

É por isso que aqueles que comigo lidam hoje no preâmbulo do ocaso da vida, sem a fortuna dos anos mais recuados, fazem amiúde a pergunta inevitável : o que leva tantas vezes este homem a manifestar paixão sem limites por um Tomessa de que os mapas não falam sequer ?

Pois, o que querem que eu lhes responda ?

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